21 setembro 2016

A propósito do esfaqueamento na Josina Machel [3]

Segundo número aqui. Entro no segundo ponto do sumário proposto aqui, a saber: 2.Análise individualizada. Agredir um colega com uma faca no interior de um estabelecimento escolar, em zona nobre do Bairro da Polana na cidade de Maputo,  não é, de imediato, um fenómeno normal no nosso país. Houve um transtorno no agressor, um surto psicótico ou um mero exercício de bullying: eis a visão mais clássica de uma certa psicologia individualizada do senso comum, aquela que centra a sua atenção no indivíduo em si, mesmo quando parece ter em conta o social que permanentemente, multiplamente, o habita e fluidifica. A este nível, o agressor tanto pode se encarado como são ou como doente. O transtorno à retaguarda da agressão pode ser ocasional ou recorrente, visível ou encoberto, remetendo quer para o foro criminal, quer para o foro neuropatológico. Múltiplas causas podem ser invocadas para explicar o acto do agressor: consumo de substâncias psicoactivas (droga, álcool), violência parental, depressão, complexo de inferioridade, desejo de afirmação, trauma de infância, deriva autoritária, etc. Porém, mesmo que o social seja invocado, o individual será sempre o eixo fundamental de referência neste tipo de análise. Preocupa-o mais a anormalidade do acto e do autor do que o tipo de sociedade que contribuiu para o seu desencadeamento. O pano de fundo é, afinal, uma sociedade de indivíduos.

1 comentário:

Sir Baba Sharubu disse...

"A propósito do esfaqueamento na Josina Machel [3]"


Ja são conhecidas as conclusões da policia sobre este caso ?