29 julho 2011

Dhlakamismo: Clausewitz à moçambicana (2)

Um pouco mais desta nova série.
As posições públicas de Dhlakama em particular e de porta-vozes da Renamo em geral dão quase sempre origem, em certos sectores, a um coro indignado e apreensivo de protestos face ao que parece assemelhar-se ao toque de um clarim ameaçador,  forte de simbolismo castrense. Talvez se possa até dizer que Dhlakama aparece num certo imaginário popular como uma espécie de AK-47 recorrente.
Tenho para mim que, num país como o nosso, com tão triste  e pesada memória da guerra, há forte razão para se temer o efeito retroactivo do fisiculturismo oratório.
Mas esse não é agora o tema central nesta série na qual vou tentar sair de certos clichés e explorar algumas hipóteses de pesquisa usando o provocador título em epígrafe. Sobre Clausewitz, confira aqui.
(continua)

4 comentários:

Xiluva/SARA disse...

Para ser franca não gosto mesmo nada do que ele diz!!!!!!!

izumoussufo disse...

Gostava de saber porquê há muita gente nos comícios dele, mesmo quando esteve aqui.

ricardo disse...

Porque, a nossa sociedade esta esta sendo conscientemente fraccionada de alguns anos para ca em nome do neoliberalismo economico. De um lado, uma classe media-alta que discute assunto da plebe nos blogues. E do outro, a classe baixa, que tenta sobreviver com o que pode.

Nada que o sr. Professor nao nos diga repetidas vezes. O problema e que muitos leem-no, mas nao o entendem!

E quando assim e, os gostos individuais de cada um pouco importam. Goste-se ou nao do que diz Dhlakama, ela e a expressao de grande descontentamento popular que esta impedido de faze-lo, porque nao sabe ler, escrever, nao tem acesso as TICs, nao tem estradas para se comunicar com outros povos da vizinhanca, nao tem passaporte porque nao pode paga-lo. Nao tem BI por que idem. Nao tem nada...

Senao, o seu proprio corpo.

E foi assim tambem que lideres como Hitler, Mussolini, Stalin e Machel ainda tem milhoes de seguidores neste mundo.

Por serem porta-vozes das frustracoes do Povo!

Joao Chicote disse...

Primeiro: o discurso do Presidente Djakama não passa dum discurso apenas. A sua concretização é sim senhora dramática mas não se efectivará. O Djakama já nos habituou discursos como este e acho que os moçambicanos não devem ficar alarmados com o seu pronunciamento, o que já é normal.
Em segundo momento: considero que é preciso em algumas vezes reavaliarmos alguns pormenores que podem colocar em causa a Paz em Moçambique. Entendo que devemos começar por despartidarizar o aparelho do Estado e alguns órgãos de Soberania, o que vai ser uma mais valia para o debate politico, académico e social.
Ora, a democracia é quem sai a ganhar. abraços!