31 março 2010

A democracia democratiza-se? (2)

Vamos lá a mais um pouco desta nova e curta série.
O compromisso com a democracia (no pressuposto de que todos saibamos o que ela representa), é quase sempre, creio, fascinante na sua ambivalência: mantemo-lo só até onde chega o limite das nossas convicções e dos nossos valores, abandonamo-lo lá onde começa o território da intolerância, daquilo que nos faz desembraiar a recusa, lá onde não é possível democratizar a democracia.
No próximo número tentarei dar alguns exemplos da citada ambivalência.
(continua)

3 comentários:

Abdul Karim disse...

...La onde nao 'e possivel democratizar a democracia."

... ali, onde comeca a nossa Ideologia. sugiro.

umBhalane disse...

Parabéns pelo título.

Estimulante.

ricardo disse...

Democracia não é anarquia. É um facto. É o pior de todos os sistemas com excepção de todos os outros.

Se não houvessem limites na democracia, consagrava-se a lei do mais forte e os debates intelectuais perderiam o sentido. Isso é contradição.

No extremo oposto, a anarquia é pela liberdade total e sem limites. Mas tem um problema. Não é um projecto consolidado de longo prazo. Trata-se de acordo de cavalheiros que dura até que uma das partes quebra o trato. O que é muito comum.

A democracia indubitavelmente o equilíbrio, mas tem o preço da pré-disposição para a cedência mútua. Doutro modo, não resulta.